segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Dieta da Auto - Estima comigo funcionou meninas


Tenho certeza que enganei muita gente com esse título. Quando ouvimos algo assim é como se sinos de aleluia soassem na nossa cabeça: “Essa é a dieta que vai me ajudar a perder os quilinhos que faltam para eu ser feliz!” E a gente já se imagina linda, e usando aquele vestido fantástico que, nesse momento, faz a gente se sentir um repolho. Ah, como eu gostaria de ter a receita mágica que faz as pessoas perderem peso, se amarem, e serem infinitamente felizes para todo e todo o sempre. 
As estatísticas também mostram que muitos partilham desse desejo: quase 70% das pessoas gostariam de perder peso. Parece muito, mas quando paramos para pensar se sete entre dez pessoas que conhecemos gostariam de estar mais magros, a resposta provavelmente é sim. Até mais! Não é a toa que sites, propagandas de televisão e virtualmente todos os tipos de mídia tocam no assunto diariamente. “Perca peso rápido e sem esforço!” é o que eles anunciam, brincando com a nossa esperança. E nós, mesmo sendo mulheres inteligentes e articuladas, caímos nessa. 
É uma armadilha fácil, se formos honestas com nós mesmas, não por causa daquele vestido, mas pela esperança de felicidade por traz da promessa. Aquela sensação tão comum de que tem algo de errado conosco é imediatamente explicada quando o ponteiro da balança não corresponde ao que idealizamos. Isso porque faz parte da condição humana ter inseguranças. Em especial no mundo em que vivemos, onde o ideal de mulher é tão distante do possível e a nossa auto-estima está tão ligada ao mundo exterior. Temos que ser boas mães, amantes, profissionais, cuidar da casa, estar na moda, ter o corpo da Ana, o cabelo da Gisele, o estilo da Glória, e estar sempre, sempre, com um sorriso no rosto. Com toda essa pressão é fácil colocar a culpa nos quilinhos a mais. E é mais fácil ainda tentar preencher com delícias o nosso vazio emocional. 
O que fazer, então, com este ciclo vicioso de angústia? A receita, já aviso, não é nada mágica. Ela está em cuidar das nossas emoções e aprender a amar-se como somos hoje. O que, sem dúvida, é mais fácil falar do que fazer. No entanto, procurar qualidade de vida pode ser mais simples do que travar uma guerra com a balança. É muito mais fácil comer salada quando pensamos no bem que ela faz à nossa pele e sistema digestivo. É muito mais gostoso fazer exercício quando é uma aula de Yoga com as amigas, ou uma caminhada semanal com a sua mãe. É muito mais tranqüilo recusar aquele chocolate quando já nutrimos a nossa alma com uma boa gargalhada. 
No final das contas, a aparência física é só uma parte de como nos sentimos em relação a nós mesmas. E é sempre bom lembrar que emagrecer bem, com saúde e durabilidade, tem a ver com cuidar de si e não com odiar o seu físico. Quando corremos atrás de coisas que nos proporcionam qualidade de vida, nos trazem orgulho de sermos quem somos, e quando cuidamos do nosso corpo como um templo (e não como um depósito de comida e ansiedades), é mais fácil encarar o espelho. E quem sabe a pergunta se torne: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais contente com a vida do que eu?” 

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